quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Pegadas

olhei o que fiz querendo; não por temor: liberdade; sempre janelas e portas abertas, para entrar e sair, pelas janelas, pelas portas; vez ou outra, chaminé; buraco de fechadura; caminhando, caminhante; cartazes nos corpos;meio nu vestido; vestido nu; erguendo punho; simplesmente lendo, recitando, respirando, conhecendo... tantos gerundiandos andando; esta paz-liberdade que é pai agora porque veio fazendo-se antes, formando-se em nuvens e escorregandoescorrendo em pingos de látex de baixo para cima, de fora para dentro; e tus, diferentes de tantos normais e iguais normais, preferencialmente pacientes demais, sentados demais, entorpecidos demais, convencidos demais do que seja este mundo acima e dentro da terra e da água; preferencialmente normais normais; olhei o que fiz, me refiz num novo refil pra daqui a pouco virá-lo do avesso: compreender o que é; incompreender, e tentar mais uma vez já que a tentativa nunca é inútil e reaprende; olhai o que fiz, não eu, coisas, palavras; olhai o que olho: pegadas.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Silêncio!

ri dos zumbidos que ouço dentro. ri como os zumbidos batendo dentro dos dentes. ri. ri para abrir os zumbidos ao mundo. que alguém os ouça sempre como eu. que ria comigo quando fica tão alto e me dispersa. ri para dissipar o zumbido no fim do riso. ri. só. ruído dentro do riso da boca da cabeça. zumbido num eterno tom. zune. zumbezunenessesomdez até ensurdecer e esquecer o zumbido que zune dentro, por dentro do meu oco ser

Blues

Peguei uma sexta-feira, mochila e vento
Só pra andar por aí
Sem medo de qualquer estrada
Não sei pra onde fui
Porque qualquer lugar tinha cheiro de nada
Eu saí por aí
Sem pensamento
Dentro da mochila tinha mochila e vento