os que moravam no Norte seguiam
para o Sul em ônibus apertados
e fedorentos
os que moravam no Sul
corriam pelas ruas sem perceber
as pequenas e as grandes coisas do caminho
doidos
perdiam os horários de chegar e partir
e de entrar e sair do amor
do almoço
do banho
de pegar na mão e beijar na boca
os normais estavam na Hercílio
um falava sozinho
apontando o dedo para além
o outro dependurava-se nos postes
e ria de se esborrachar dos doidos perdidos
Madrugadas e ventanias. Fadas e ruídos. Incômodos zumbidos. Palavras em livros. Vida nas palavras.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
domingo, 16 de janeiro de 2011
Passeio na chuva
Choveu impiedosamente
a água lavou a Hercílio Luz
e as janelas entreabertas do paredão
com a chuva fui ao posto de gasolina
molhando sapatos e as canelas
e olhei pra mocinha atrás do balcão
que não soube ao certo o que eu queria
nem eram 11 horas da manhã
e todos já estavam sob as marquises
como todos os domingos em que vivem
e eles vão se contando
ou melhor
subtraindo aqueles que ficam pelo caminho
choveu amorosamente
espantando os turistas das praias
e levando-os aos passeios com ar-condicionado
e estacionamentos pagos
a água lavou a Hercílio e as mesinhas de xadrez
e eu voltei para casa com as canelas molhadas
e com 20 cigarros no bolso
a água lavou a Hercílio Luz
e as janelas entreabertas do paredão
com a chuva fui ao posto de gasolina
molhando sapatos e as canelas
e olhei pra mocinha atrás do balcão
que não soube ao certo o que eu queria
nem eram 11 horas da manhã
e todos já estavam sob as marquises
como todos os domingos em que vivem
e eles vão se contando
ou melhor
subtraindo aqueles que ficam pelo caminho
choveu amorosamente
espantando os turistas das praias
e levando-os aos passeios com ar-condicionado
e estacionamentos pagos
a água lavou a Hercílio e as mesinhas de xadrez
e eu voltei para casa com as canelas molhadas
e com 20 cigarros no bolso
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