Foi manhã quase fria. Aqueles gritos frenéticos dos carros mordendo asfalto na Avenida Hercílio Luz. E os zumbis humanos zumbindo atrás do relógio-ponto automatizado. E eu navegava na calçada errada uma vez para ver. Para guardar e ver. E ver e pensar por todos aqueles que dirigiam monstrengos de ferro que mordem asfalto e zumbis que mordem o tempo até esgaçá-lo. Foi manhã quase fria na Avenida Hercílio Luz. A árvore não se negou ao peso. Não reclamou. Não se esvaiu em seiva. Simplesmente suportou.