inchado de manteiga abatumada no esôfago e vômito engolido nas golfadas de ar que buscava vida enfia os dedos severamente por entre os lábios da mulher e os torce como uma tenaz de uma lado a outro da boca, cutucando razoavelmente as paredes úmidas das bochechas, de onde vaza um líquido marrom.
olha catatônico e resfolegando, a traqueia trancada por uma cola de cuspe, manteiga e catarro, e ao cair, os dedos dobram e entalam na garganta de Isabel, e ela esperneia a falta de ar enquanto uma mortalha de fagulhas ilumina as pupilas profundamente azuis.
um cão pulguento rasteja e adormece ao lado dos corpos, lambendo as feridas.
Foto André Kertész (1894 - 1985)