terça-feira, 28 de agosto de 2012

Esconderijo

Os pássaros se calaram. Foi o dia amanhecido irrigado. Eles se projetaram sob as espinhas dorsais dos gigantes de concreto no centro da cidade. Ali acharam mais do que abrigo. Encontraram-se. A chuva trégua não deu. Acotovelaram-se. A água foi subindo e voltou de dentro dos esgotos da Hercílio parecendo mar. Empilharam-se. Caiu o céu. Debaixo também verteu água. Morreram sufocados. Tivessem aberto asas e molhado penas; veriam a enchente do alto da cruz do Morro da Cruz.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O meu sonho vermelho


Quando chega o momento de dizer o que quero, dúvida nenhuma há. Minha bandeira é  vermelha: carrega sentimento que ajunta sob o mesmo teto os obreiros da cidade e do campo. Espalha a todos os cantos os poemas de paz, soberania e progresso. E nenhuma dúvida tenho do passado que dá tanto fôlego para o futuro. E nenhuma dúvida tenho do futuro que sempre sonho. Este sonho é como o vento que assopra a brasa e a mantém sempre ardente, rubra, com as cores da minha bandeira. Em todos os momentos, pequenos ou grandes, minha bandeira é a mesma, e com ela desfraldo o meu sonho, viver a realidade, com obreiros do campo e da cidade, desfrutando a esperança de uma outra História para a Humanidade.