sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Sala escura

no sofá afundado ele afundado no sofá foi ao fundo de si e pelo vidro sujo da janela olhou a superfície dos seus olhos refletida no morro. o que viu? o que viu? fechou os olhos e dormiu! o que viu? o que viu? fechou os olhos e partiu. deixou parte afundada no sofá afundado e outra pelas íris escapou do fundo do fundo de si. veio para a superfície, para a frente e para os lados e lá, no fundo do fundo do sofá afundado pouca coisa restou. o que restou? o que ficou? bem pouco, bem pouco, tão pouco que ele encostou os olhos no vidro sujo da janela e no morro não viu as pipas, nenhuma luz ou o clarão antes dos estouros dos fogos. ficou apenas ali, no vidro sujo, deixando parte de si afundado no sofá afundado.