sábado, 17 de dezembro de 2011

No rastro da poesia

Chegava a 34 ºC às 15h de 16 de dezembro de 2011. No centro de Florianópolis, as pessoas disputavam os raros pedaços de sombras das marquises. As lojas estavam cheias. As mulheres abanavam leques improvisados enquanto aguardavam a fila do caixa andar. E ela andava bem devagar. Para fugir do tremendo calor e da dor nas pernas, entrou em uma livraria e foi acolhido por uma onda de ar gelado. Não eram muitos os que dividiam o ar condicionado. Havia vendedores disponíveis em todos os setores. Foi direto para a estante giratória dos livros de bolso. Olhou uma; girou. Duas; girou. Três, e ficou desconsertado: nenhum livro de poesia! Mas não saiu triste da livraria. Recompôs-se do calor e ouviu uma vendedora dizer à chefe que sairia mais cedo. Batera a meta do dia. Vendera R$ 7 mil em livros! O homenzinho sonhou: por isso não encontrou livro de poesia na estante.