terça-feira, 20 de janeiro de 2015

O violinista

O violinista interrompeu o derramamento de notas apontando os dedos sangrando para o céu. As nuvens de algodão pintaram de vermelho. Noites e dias seguidos sem água e sal arrancando tristeza e alegria das cordas do violino de nada valeram. Só dedos feridos e algodão doce rubro. Por mais que dedos em lascas e sangue e músculos extasiados e corpo exaurido, o violinista interrompeu a sonata ao som de duas pesadas e grossas e estúpidas lágrimas ao ver Janaína rebolar solteira no Enterro da Tristeza pela Hercílio Luz.